Dentre os grandes nomes do ballet clássico,Anna Pavlovase destaca por dançar "A Morte do
Cisne" como uma "combinação de técnica magistral com
expressividade" em algo que foi "quase uma improvisação",
nas palavras do coreógrafo Mikhail
Fokine.
Abaixo, ANNA PAVLOVA pelo crítico francês André Levinson (1975 - tradução: Julia Porto):
"De braços cruzados, na ponta dos pés, ela
circunda o palco onírica e vagarosamente. Através de movimentos uniformes e
angelicais, retornando para o fundo do palco de onde emergiu, ela parece lutar
em direção ao horizonte, mais um momento e ela voará - explorando com sua alma
os espaços confinados. a tensão se afrouxa aos poucos e ela afunda em direção à
terra, braços acenando vagamente como se estivessem doloridos. Então, vacilando
com passos irregulares em direção à beirada do palco - os ossos das pernas
estremecem como as cordas de uma harpa - através de um rápido e gracioso
movimento com o pé direito em direção à terra, ela desaba sobre o joelho
esquerdo - a aérea criatura lutando contra os laços com a terra; e ali,
fascinada pela dor, ela morre." (Balanchine, George; Mason, Francis (1975). 101 Stories of the Great Ballets. New York: Anchor Books.)
No vídeo, um pouco mais do que nos fala Levinson!
Anna Pavlova (1881-1931) em A Morte do Cisne, coreografada por Mikhail Fokine em 1905.
Que nossos bailarinos clássicos nunca
deixem de se inspirar em pessoas da dança como Pavlova e se tornarem cada vez
mais artistas, fortalecendo a unidade corpo-alma e valorizando complexamente
tanto o virtuosismo físico quanto a sensibilidade e expressão artística!
Também quer dançar??? Nunca é tarde para começar...
Aulas particulares de ballet clássico, dança moderna e contemporânea, consciência e expressão corporal!
Falar de Pina é pensar em Café Müller, o qual é para mim um de seus trabalhos mais provocantes e perturbadores...
... mas hoje não! Hoje, quero expor as palavras que vazam dos olhos e do corpo de Regina Advento no documentário PINA, lindamente dirigido por Wim Wenders, o qual se mostra tão sensível e profundo quanto todos os trabalhos dessa artista da dança que nos inspira a cada imagem criada.
Então, abaixo, palavras de uma MULHER DA DANÇA sobre uma MULHER-MESTRA DA DANÇA!
"Pina foi embora tão rápido, tão de surpresa. Eu acho que, no fim, ela deixa tudo atrás de si e se sente livre. Por isso, eu queria oferecer a ela esse momento de leveza, de uma sensação sem peso." Regina Advento - brasileira e artista do Tanztheater Wuppertal - Pina Bauch. E como diria a própria Pina: “Dance, dance; senão estaremos perdidos”.
Também quer dançar??? Nunca é tarde para começar...
Aulas particulares de ballet clássico, dança moderna e contemporânea, consciência e expressão corporal!
(Texto do livro "Mulheres" - tradução de Eric Nepomuceno).
"Descalça, despida, envolvida apenas pela bandeira argentina, Isadora Duncan dança o hino nacional.
Comete esta ousadia numa noite de 1916, num café de estudantes em Buenos Aires, e na manhã seguinte todo mundo sabe: o empresário rompe o contrato, as boas famílias devolvem suas entradas ao Teatro Colón e a imprensa exige a expulsão imediata desta pecadora norte-americana que veio à Argentina para macular os símbolos pátrios.
Isadora não entende nada. Nenhum francês protestou quando ela dançou A Marselhesa com um xale vermelho como traje completo. Se é possível dançar uma emoção, se é possível dançar uma ideia, por que não se pode dançar um hino?
A liberdade ofende. Mulher de olhos brilhantes, Isadora é inimiga declarada da escola, do matrimônio, da dança clássica e de tudo aquilo que engaiole o vento. Ela dança porque dançando goza, e dança o que quer, quando quer e como quer, e as orquestras se calam frente à música que nasce de seu corpo."
Painting By Fritz August von KaulbachCourtesy of Isadora Duncan
The Art Of The Dance, Theatre Arts Books
Também quer dançar??? Nunca é tarde para começar...
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Durante o 2º semestre
de 2013, um grupo de pessoas se entregou não somente às atividades do lab_arte
de dança, mas a mim. Um grupo de pessoas esteve presente de alma-corpo para “corpocriar”
comigo às terças-feiras. Um grupo me disse: “Quem dera se todo dia fosse
terça-feira”. Um grupo grato e cheio de graça me encheu de agradecimentos fazendo
ruborizar meu rosto e não caber em mim de alegria pelo reconhecimento e
descoberta de um trabalho que faz sentido não só para mim, mas para aqueles aos
quais me dedico todas as terças-feiras.
Ainda lembro o
primeiro encontro, não em nosso templo (sala 130/Auditório Helenis Suano),
sequer em nosso cantinho, aliás, cantão (salão nobre da Escola de Aplicação da
FEUSP). Retiramos as cadeiras enfileiradas da sala de aula e deixamos nus os
nossos pés. Antes de nos apresentarmos, com uma folha de papel em branco e
canetinhas coloridas ou ainda uma simples “bic”, aquelas meninas e um menino
que ali estavam tiveram uma árdua tarefa: Em livre-expressão, deveriam tentar
responder o que é para eles “esse corpo que eu sou e que dança”. Desenhos,
poemas e frases nasceram e se expuseram, trazendo a complexidade, a
efemeridade, a subjetividade, o imaginário ... daquele grupo que acabara de se
formar. Só então, com aquelas obras no centro da roda, nos apresentamos e
dissemos como foi que chegamos ali. Alguns reencontros esperados, outros
inesperados e tão felizes. Encontros primeiros entre pessoas que querem se
experimentar. Corpos idos e vindos dos mais diferentes lugares se encontrando
numa rodinha que cada vez ficava menor para o número de pessoas que ali estavam
e que ali iam chegando. Alguns poucos corpos dançantes já imergidos em técnicas
de dança, outros que já haviam experimentado a dança no próprio Lab-Arte de
Dança ou em uma e outra disciplina indisciplinada que cisma em fazer da “experiência-corpo”
seu carro-chefe, outros que ainda se dizem nunca terem dançado e que decidiram
se aventurar num estágio nada habitual ou em fazer independentes seus estudos,
fazer sua formação a partir de suas próprias escolhas, desejos, anseios,
sonhos... Pelo menos, às terças feiras.
Agora, me dirijo a
vocês, queridos, que ficaram até o final do curso e celebraram encantadoramente a si mesmos como pessoas-artistas e, consequentemente, educadores-artistas, na
última segunda-feira, 25 de novembro de 2013.
“Gratidão”, “gracias”...
porque é repleta de graça que agradeço por partilharem vocês mesmos comigo e
por se abrirem tão delicadamente a cada proposta, por serem os corpos que são e
que dançam, sim!, por “abensonharem” meus instantes de educadora-artista ou
artista-educadora, por preencherem de sentido cada encontro e me fazerem crer
ainda mais numa educação de sensibilidade.
Que possamos corpocriar mais e mais nossas terças-feiras!!
Confraternização de fim de semestre.
(Na foto: Barbara Muglia Rodrigues, Mariana Moura, Mariana
Pinheiro, Sandra Yoshimura, Raylaine Oliveira e Gustavo Ceregatti / Não puderam
comparecer: Camila Ferreira, Gabriela Bustamante, Luciano João de Souza, Miriã
Barbato , Raissa Lopes)
Também quer dançar??? Nunca é tarde para começar...
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